quarta-feira, agosto 02, 2006

As verdades ocultas do conflito *

*Este artigo também foi publicado no Jornal de Hoje e no Correio da tarde
Por Nestor Burlamaqui
A mídia nacional freqüentemente mostra de forma claramente parcial, apenas alguns aspectos da guerra entre Israel e o Hezbollah: quantos morreram e quem matou. Mostra também os movimentos das autoridades em relação a um cessar-fogo. Mas não passa disso. Os aspectos mais gerais e relevantes são ocultos e esquecidos, talvez por puro desinteresse, talvez pelo apoio a apenas um lado do conflito (geralmente o lado dos terroristas). Irei agora abordar um pouco essas verdades ocultas para que o leitor tome conhecimento do que realmente acontece por lá.

Em 1982, o Irã criou o Hezbollah e até hoje o patrocina com armas e dinheiro. Recentemente, seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, declarou que desejava a extinção de Israel: “Israel deve sumir do mapa”. Esses conflitos dão lucros ao próprio Irã, que é o segundo maior exportador de petróleo da OPEP. Essa guerra, que é provocada deliberadamente por esse mesmo governo, beneficia bastante o mercado petrolífero. Por exemplo, só com ameaças, em janeiro desse ano o barril de petróleo era vendido por US$ 53. Com a abertura da frente libanesa, o preço já havia chegado a US$ 76,60, como afirmou Marx Golgher no artigo Ciclo Infernal, publicado no último dia 17/07. Resumindo, o Irã usa sua forte influência no Hezbollah e em outros grupos terroristas para provocar conflitos e ganhar dinheiro.

O grupo Hezbollah, cria do Irã, surgiu sob o pretexto de resistir à ocupação israelense no Líbano em 1982. A invasão aconteceu com o objetivo expulsar os grupos armados da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) para uma distância de 40 km da fronteira, impedindo ataques ao norte de Israel. Como conseqüência disso a OLP foi expulsa do Líbano. Porém, para revelar os verdadeiros objetivos do Hezbollah, vou reproduzir as palavras que Hussein Massawi, líder terrorista, disse, após o massacre das forças americanas e francesas 20 anos atrás, quando mais de 400 soldados desses países foram mortos num mesmo ataque suicida: “O Hezbollah não combate para obter nada. Não estamos lutando para que vocês nos ofereçam coisa alguma. Estamos lutando para eliminar vocês!”. Esse grupo terrorista também recebe apoio do Líbano, que é conivente com seu crescimento bélico dentro das próprias fronteiras libanesas. A mídia nacional freqüentemente esquece da responsabilidade que esse país possui sobre o sangue das vítimas civis dentro de seu próprio território.

Uma parcela da população libanesa apóia o Hezbollah por este manter escolas e hospitais. No entanto, esse povo é obviamente prejudicado pelas ações desse grupo. Isso é visto atualmente com a morte de vários civis no conflito. Nos últimos dias, uma carta da Fundação Libanesa pela Paz, um grupo internacional de Libaneses Cristãos agradeceu Israel pela ação contra o Hezbollah. Eis um trecho da carta: “Nós ansiamos que vocês os ataquem com força e destruam sua infra-estrutura de terror. Não é (apenas) Israel que se beneficia com esta situação, mas a maioria dos Libaneses silenciosos no Líbano que está farto do Hezbollah e não têm poder para fazer nada por conta do medo da retaliação do terror".

A própria ONU também é responsável por esse conflito. Após a invasão israelense de 1982 e sua retirada, a ONU instituiu a UNIFIL (United Nations Interim Force in Lebanon), para garantir a recuperação do Líbano e o desarmamento do Hezbollah. Porém, foi constatado que o grupo terrorista, antes dos ataques recentes, possuía um arsenal de 10.000 a 12.000 foguetes, alguns com alcance de 200Km, todos fabricados e exportados pelo Irã. Além disso, o General canadense reformado Lewis MacKensie, fez um alerta, dizendo que os terroristas do Hezbollah freqüentemente usavam os postos da UNIFIL como escudo para não serem atingidos e poderem atacar Israel impunemente. Não é de estranhar que observadores da ONU foram mortos recentemente num dos ataques israelenses.

Observando as reportagens e matérias sobre o conflito juntamente com esses fatos apresentados aqui, vimos que a mídia freqüentemente atribui a Israel a responsabilidade pela guerra e pelas mortes de inocentes civis, quando na verdade essa responsabilidade pertence claramente ao Irã, ao Hezbollah, e ao próprio Líbano. Tomara que cada vez mais pessoas tomem conhecimento desses fatos e as mensagens injustas feitas contra o Estado israelense enfim cessem.

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