terça-feira, março 25, 2008

Como fazer a paz no Oriente Médio

Por Nestor Burlamaqui

Para se conseguir estabelecer um clima de paz no oriente médio, principalmente entre Israel e palestinos, é necessário esquecer as origens históricas do conflito – que sempre se confundem com o propósito de culpar um ou outro lado – e entender suas atuais causas. Muitos acreditam que a causa do problema é a própria existência do Estado israelense e tais pessoas fazem de tudo para deslegitimá-lo. De fato, muitos indivíduos – inclusive supostos intelectuais – acreditam nisso e põem a principal culpa sobre os judeus. No entanto, já está bastante claro que Israel existe por mérito próprio e, além disso, não é bem o objetivo desse artigo debater tal mérito. Irei abordar uma paz no sentido de convivência entre dois povos, e não uma paz onde só existiria um dos povos e outro seria exterminado ou expulso da região.

Por que o conflito existe?
Propondo-se à resolver o conflito com base no ocorre hoje, vemos que o estado israelense apenas está tomando decisões de ataque baseando-se num único objetivo: sua defesa. De fato, não se consegue observar motivos para que Israel queira piorar o conflito na região, já que sempre que isso ocorre ele próprio se prejudica – tanto em sua reputação frente à comunidade internacional (que sempre critica suas ações defensivas) quanto em sua economia, que sofre com a possibilidade de embargos, queda de renda oriunda do turismo, além da fuga de israelenses para lugares mais seguros no mundo. Afinal, não é muito bom morar num país onde você precisa ficar se escondendo em abrigos subterrâneos toda vez que um palestino decide mandar um míssil contra Israel, torcendo pra matar um civil inocente qualquer. Tal comportamento dos grupos terroristas é natural, já que é exatamente esse o propósito deles: causar terror, desprestigiar Israel, prejudicar sua economia e imagem perante o mundo. Não interessa a eles a paz. Ao mesmo tempo, o terrorismo nunca vai acabar com Israel. Dessa forma, nem Israel, nem os terroristas ganham com isso. E a coisa nunca sai do canto.

Então quem ganharia com a perpetuação desse ódio?
A resposta vem ao responder a uma outra pergunta: quem patrocina tanto os grupos armados palestinos quanto o grupo terrorists libanês Hezbolah? Sabemos que o dinheiro, o conhecimento e as armas que o pior grupo palestino, o Hamas, adquire, provém do Irã. A mesma coisa ocorre com o Hezbolah, outra cria iraniana.

Por que esses conflitos interessam ao Irã?
O Irã é o segundo maior exportador de petróleo da OPEP. Esses conflitos, que são financiados por esse mesmo governo, beneficia bastante seu mercado petrolífero. Por exemplo, só com ameaças, em janeiro de 2006 o barril de petróleo era vendido por US$ 53,00. Com a abertura da frente libanesa, o preço já havia chegado a US$ 76,60. Resumindo, o Irã usa sua forte influência no Hezbollah e no Hamas com o objetivo de provocar conflitos e lucrar no mercado de petróleo. Além disso, esse braço do Irã no Líbano ainda trabalha com crimes no exterior, que provavelmente é uma outra fonte de renda para manter o grupo. Abaixo há um trecho de uma entrevista publicada no Jornal Alef, concedida em ocasião de uma recente visita ao Brasil do ministro da segurança interna de Israel, Avraham Dichter:

O Hezbollah tem sido usado pelo Irã como um front para realizar ataques no exterior desde o fim dos anos 80. As embaixadas iranianas estão sendo usadas como fornecedores de infra-estrutura para os terroristas do Hezbollah. O grupo também lucra com atividades criminosas, como tráfico de drogas e de diamantes ilegais. Sua ação na Tríplice Fronteira, principalmente no lado paraguaio, é bem conhecida. Lá, lida com cocaína. E o Irã busca a bomba nuclear. Esta será a maior ameaça desde a II Guerra Mundial. Espero que os países descubram uma forma de pará-los, através de sanções ou qualquer outra forma.


Como acabar com o conflito a curto prazo?
Muitos acreditam que para se vencer uma guerra é preciso destruir o outro lado. Por outro lado, o ataque direto a Israel ou aos grupos armados palestinos não significa necessariamente que eles serão destruídos. Os anos infindáveis de conflito nos mostra que ataques não resolvem as coisas. Afinal, os grupos inimigos de Israel são constantemente supridos com armas e dinheiro. Se um ataque mata metade de uma dessas organizações terroristas, não demora muito para que o mesmo grupo se recupere e talvez com uma força maior contra Israel.

Partindo da hipótese plausível de que, caso os grupos inimigos de Israel cessem seus ataques, haverá uma paz imediata; a melhor forma de se conseguir isso é impedindo o financiamento de tais grupos. Eles não acabarão por decisão desses grupos. O Irã está pagando e quer ver resultados. Sabemos que esses grupos não recebem dinheiro apenas do Irã, mas esse país representa seu principal apoio e o fim dessa ajuda poderia acabar rapidamente com a atual espiral de violência na região. Sem dinheiro e armas, nenhum grupo armado funciona.

Qual a melhor forma de impedir o financiamento do Irã a tais organizações terroristas?
As medidas militares americanas de derrubar governos onde quer que seja não adiantaria no caso iraniano devido à possibilidade uma generalização da guerra. Ou seja, seria pior. Além disso, a mudança de governo não garante que essa política de apoiar grupos armados externos acabe, pois ele vêm desde a década de 80, quando o atual presidente iraniano e cabeça da atual crise, Mahmoud Ahmadinejad, era apenas um soldado da Guarda Revolucionária de seu país.

Apenas a pressão internacional, através de embargos econômicos, é capaz de fazer com que o Irã pare com suas atitudes hostis em relação a Israel, sem que seja necessário ocorrer um alastramento do conflito através de uma ação militar contra o país de Ahmadinejad.

É só isso?
Infelizmente não. Essas propostas tem objetivo de se conseguir um fim do conflito a curto prazo. Resumindo, por meio de pressões internacionais, o Irã seria obrigado a parar com suas intenções nucleares e com o apoio às organizações terroristas contra Israel. Com o fim de recursos, o Hezbolah, o Hamas e quem quer que seja terá que arrumar dinheiro e armas de outro lugar. Talvez existam países prontos a substituir o Irã nesse cenário, mas mesmo esse possível candidato ficará temerário: “Será que vale a pena arriscar a economia de meu país só para perturbar Israel?”

domingo, março 16, 2008

Anti-semitismo aumenta no mundo

Nessa semana, destaco a notícia que revela aumento do anti-semitismo no mundo, segundo relatório apresentado na última quinta-feira pelo Departamento de Estado ao Congresso dos Estados Unidos.

No texto, os pesquisadores americanos falam sobre um novo tipo de anti-semitismo -- segundo eles, o ódio das outras nações em relação a Israel se converte em atos de violência contra os seguidores do judaísmo e aumenta o preconceito contra as comunidades judaicas em todo o planeta. "Hoje, mais de 60 anos depois do Holocausto, o anti-semitismo não é apenas um fato da história, mas um evento atual", diz o documento.

Segundo o texto, este novo tipo de ódio anti-semita é encorajado até mesmo pela Organização das Nações Unidas (ONU), ao investigar, todos os anos, o que geralmente são "relatos sensacionalistas de supostas atrocidades e outras violações dos direitos humanos cometidas por Israel". O relatório ainda cita outras fontes de fomento ao anti-semitismo, como o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad (que chegou a questionar a ocorrência do Holocausto), e o presidente da Venezuela, Hugo Chavez (cujo Ministério das Relações Exteriores criticou e hostilizou Israel).

Infelizmente, o relatório não teve grande atenção por parte da mídia brasileira, principalmente na televisão.

Considero esse relatório de interesse direto da comunidade judaica de Natal, principalmente devido a um recente incidente envolvendo um indivíduo que dirigiu-se aos membros da sinagoga através de xingamentos e frases anti-semitas. Mesmo que tenha sido um caso isolado em Natal, é importante inferir que essa opinião esteja latente em diversas pessoas em nossa sociedade local.

No site Rua da Judiaria encontrei uma anetoda que pode resumira situação judaica no mundo:
Durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, um húngaro encontra um amigo na rua. Vendo-o muito sorridente, pergunta-lhe porque está tão feliz. “Ouvi dizer que os israelenses abateram hoje seis caças MIG de fabrico soviético”, responde o outro. No dia seguinte os dois voltam a encontrar-se, desta vez o amigo está ainda mais radiante: “Os israelenses abateram mais oito MIGs”, conta ele. No terceiro dia o amigo está agora cabisbaixo. “Então? Os israelenses não abateram mais nenhum MIG?”, pergunta o outro tentando perceber a razão da tristeza. “Abateram sim, mas hoje explicaram-me que os israelenses são judeus.”

Não é no Brasil

Com base no sociólogo Mark Granovetter (1978), podemos dizer que o comportamento violento de indivíduos durante algumas manifestações pode ...