sábado, outubro 13, 2018

A onda de violência

No último dia 12 de outubro, o jornal "O Globo" publicou um editorial que insiste na narrativa patética da “onda de violência” que estaria atingindo o Brasil. O tom do editorial tenta culpar, obviamente, os eleitores do Bolsonaro, ao afirmar que “o núcleo de estudos FGV-DAPP mapeou mais de seis milhões de postagens durante a campanha eleitoral e contabilizou, entre outras, 1,8 milhão de manifestações de discriminação aos nordestinos; 1,4 milhão de apoio ao nazifascismo; 1 milhão contra mulheres; 1 milhão contra minorias LGBT e outro milhão contra evangélicos, comunistas e negros."

Já era previsível que a Globo tentasse jogar o Nordeste contra Bolsonaro (apesar de o mesmo ter agradecido muito os votos da região) e tentasse dizer que todo eleitor do candidato é nazista, fascista, racista e homofóbico — muito embora seja "um pouco" difícil de acreditar que o Ronaldinho Gaúcho seja racista, que o Clube Hebraica (judeus) seja nazista e que o Augustin Fernandez, gay assumido, e maquiador de celebridades, seja homofóbico e defensor de regimes totalitários. Afinal, a emissora não quer perder o esquema que lhe garante 80% das verbas de publicidade governamental. "Ele não!”

O que decepcionou-me, em relação à emissora, foi usar factoides frágeis para sustentar essa narrativa da “onda de violência ultraconservadora e fascista”. A Globo poderiam fazer melhor, de forma que realmente nos enganasse, pois ninguém mais acredita, por exemplo, na história da mulher que teria sido agredida por “bolsonaristas” e marcada com uma suástica (ela nem soube desenhar a suástica direito, pois a inverteu). E há um vídeo no qual o assassino do capoeirista nega que ele seja eleitor do Bolsonaro e que a motivação tenha sido política, embora a Globo continue, insistentemente, divulgando isso como verdade. O desespero é óbvio.

Por outro lado, as lideranças do PT e de outros partidos de esquerda sempre apoiaram regimes ditatoriais em Cuba, na Venezuela e na Nicarágua, por exemplo. Sempre incitaram a violência e a morte contra seus opositores políticos. Sim, eles sempre alimentaram o ódio e nunca se arrependeram disso. Nem antes, nem agora. Existem diversos registros em vídeo nos quais eles falam em “matar conservadores”, em “derramamento de sangue”, em “pegar em armas para matar fascistas”. Seguindo as orientações desses líderes, os militantes cospem, xingam e agridem violentamente apoiadores do Bolsonaro pelo fato de esses usarem uma camisa e/ou uma bandeira do Brasil. Recentemente, o candidato Boulos (PSOL) incitou uma multidão a invadir a casa do Bolsonaro. Nem a Globo tem coragem de dizer que isso é “fake news”.

Para ver o nível de amor e compreensão das alas militantes esquerdistas, diante de uma pessoa que se prontifica a argumentar usando a lógica, a partir de fatos, basta ver alguns dos vídeos do Arthur do Val, do canal "Mamãe Falei". São inúmeras ocasiões de agressão física e verbal contra ele, vindo de pessoas que não suportam argumentações. Para eles, o melhor argumento é um soco. Onde estariam as agressões em vídeo de “bolsonaristas” contra esquerdistas?

Tanto para a Globo quanto para o PT, a população precisa esquecer que o próprio Bolsonaro quase foi morto, vítima da verdadeira onda de violência política, a qual sempre veio e continua vindo da esquerda (o agressor era filiado ao PSOL). Eles querem virar o jogo. Agora, é o Bolsonaro quem precisa ser colocado como a causa de uma “onda de ódio nazifascista”, embora todo mundo saiba que ela só existe no mundo fantástico do Projac e nas propagandas eleitorais do Haddad. Portanto, até o momento, esse intuito foi feito de forma medíocre (se muito), pois ainda falta muito para que a população acredite nisso. É mais fácil que as pessoas acreditem no coelhinho da Páscoa, que Lula é inocente ou que os abortistas Manuela d’Ávila e Haddad são, na verdade, católicos devotos. Afinal, como convencer a população de que tais "fake news", mesmo se fossem verdade, merecem mais atenção do que o medo cotidiano de ser assaltado, sequestrado, de morrer num latrocínio ou por uma bala perdida? Essa sim é a onda de violência que preocupa os brasileiros há anos.

terça-feira, outubro 09, 2018

As urnas sagradas

No último dia 07 de outubro, o Ministro da Segurança Raul Jungmann equiparou “denunciar fraudes nas urnas eletrônicas" com "fraudar o processo eleitoral", sugerindo, de forma preconceituosa, que essas denúncias são todas mentirosas e, portanto, passíveis de punição. Essa declaração, juntamente com pronunciamentos de outras autoridades, tenta nos convencer de que as urnas eletrônicas estariam envoltas numa aura sagrada que as torna infalíveis e imunes a críticas.

Porém, as urnas eletrônicas, que também são usadas na Venezuela para pôr uma máscara fajuta de democracia no rosto fascista do Maduro, estão muito longe de serem sagradas. As denúncias estão em vídeo, para quem quiser ver. Existem inúmeras reportagens, feitas por jornalistas competentes, que expõem a fragilidade desse tipo de máquina. Peritos, como o professor Diego Aranha (UNB), já esclareceram isso diversas vezes. No entanto, nos últimos dias, uma parte da imprensa insiste em ignorar esse fato, negando-o de forma patética ao utilizar o rótulo, já cansativo, de “fake news”. 

Escancarados ao vivo pelo candidato Jair Bolsonaro, nas fuças dos apresentadores do Jornal Nacional, os valores recebidos de publicidade governamental pela Rede Globo – que chegaram a cerca de 6,2 bilhões durante o governo petista (2003-2014) – já são de conhecimento público. Quem sabe somar dois mais dois, desconfia, compreensivelmente, que de “fake” essas denúncias não tenham nada.

Em um país democrático, o ideal seria que as instituições e seus representantes aceitassem denúncias desse tipo como o que elas realmente são: uma tentativa de manter a democracia, uma forma de reduzir a quantidade de fraudes e garantir que o sufrágio universal seja realizado com lisura. Sim, os cidadãos brasileiros – ao denunciar e reclamar de fraudes – estão contribuindo para com a democracia e não o contrário, como o Sr. Jungmann sugeriu. Existem cidadãos de má fé? Sim, e para isso existe uma coisa chamada investigação. Quando um ministro supõe que essas denúncias são tentativas de causar balbúrdia e descrédito do processo eleitoral, ele está sendo precipitado, fazendo qualquer um levantar suspeitas desagradáveis, questionando se há, de fato, democracia no Brasil.

Embora a Globo, por meio do site G1, tenha classificado a denúncia feita por Flávio Bolsonaro (PSL) como sendo um vídeo falso, essa tentativa mostrou-se infrutífera diante da própria realidade observada no vídeo, que de falso não tinha nada. Nessa e em outras tentativas absurdas de distorcer fatos óbvios, ocultando a verdade, não só é ferida a credibilidade da imprensa, como também a própria democracia, pois o papel social da mídia, de observadora e questionadora das instituições, é desviado, adquirindo mais uma função de relações públicas (ou de capanga) do poder público. É a famosa imprensa chapa-branca.

Algumas denúncias já foram comprovadas, nas quais as urnas estavam realmente adulteradas ou fraudadas, como afirmou o Delegado Francischini que, juntamente com a própria Justiça Eleitoral, realizou tal constatação. Não há como negar. Diversas urnas não aceitavam os votos para presidente da república quando os eleitores votavam no Jair Bolsonaro, de modo que não soube-se de problemas envolvendo votos para os demais candidatos. Seria mera coincidência que o prejudicado dessas "questões técnicas" seja apenas um dos candidatos?

É sabido que sempre ocorreram fraudes nas eleições brasileiras (em todo o mundo, na verdade), pois, como admitiu a própria presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Ministra Rosa Weber, "sempre onde está o ser humano, há a possibilidade de fraude". Por ter dito isso, teria a ministra incorrido em tentativa de desacreditar o processo eleitoral? Não. Ela apenas foi sensata. “Fraudes podem existir e as denúncias serão apuradas" é uma afirmação bem mais sensata do que “Esses que estão denunciando estão tentando acabar com a democracia”.

Portanto, é contraproducente manter o tipo de discurso feito pelo Raul Jungmann diante de um problema real que está exposto à luz do dia e das câmeras, pois a credibilidade de certos setores do poder público decai na mesma medida em que cresce o medo de o Brasil estar se transformando numa versão de ditadura socialista venezuelana, onde os pleitos democráticos fajutos, auxiliados por urnas eletrônicas, não enganam mais ninguém.

Afinal, a óbvia resistência do TSE em relação à adoção do voto impresso – apontado por peritos como sendo uma forma de reduzir a possibilidade de fraude – é, sem dúvidas, bem pior para a credibilidade do processo eleitoral do que os vídeos e denúncias dos eleitores a respeito de suspeitas de fraude, denuncias essas que apenas clamam pela justiça e pela manutenção da democracia.

Não é no Brasil

Com base no sociólogo Mark Granovetter (1978), podemos dizer que o comportamento violento de indivíduos durante algumas manifestações pode ...