quarta-feira, junho 04, 2008

Eu acho é pouco!

Passando por cima dos hipócritas de plantão e dos defensores daqueles que praticam atos evidentemente inumanos, a gigantesca maioria dos brasileiros adora ver um bandido se dar mal. É verdade. Não adianta fingir que é diferente. É algo que deve ser admitido por todos, em todos os cantos do país. É muito bom saber que um pilantra "se ferrou".E não é difícil perceber isso, caro leitor. Basta sair por aí perguntando aos seus amigos e colegas sobre o que eles acharam da morte do assaltante preso, morto recentemente numa delegacia de Mossoró. O coitadinho do assaltante apenas invadiu uma casa, fez uma família de refém e ainda matou um policial. Será que é preciso ser muito inteligente para perceber que um indivíduo desses só oferece mal ao mundo? Um rapaz desses não faz bem a ninguém. Nem a ele mesmo. Coitadinhos como esse não passam de um verdadeiro detrito social. Mas ainda existe quem defenda esse povo. Realmente, nesse nosso mundo tem gente de todo tipo.

Dizem que tudo é culpa das diferenças sócio-econômicas que existe no Brasil, ensino precário, riqueza concentrada, essas coisas. Idiotice. Nada é mais patético do que esse tipo de desculpa para a violência. Existem países cuja economia é bem pior que a do Brasil, mas vemos as pessoas de lá dormindo em suas casas com portas abertas, sem qualquer medo da violência, que inexiste. Será que o fato de ser pobre implica na necessidade de sair por aí roubando, assaltando, sequestrando, matando? Quem já sofreu um assalto, quem já foi sequestrado, quem já perdeu um ente querido por causa de um inútil vagabundo desses conhece o sofrimento. Conhece de perto aquela sensação de impotência, de medo e revolta. Vítimas da covardia.

E ainda vem a mídia com suas manchetes condenatórias: "Preso que matou policial é executado na delegacia". É a pauta prioritária da semana na editoria de polícia, pressionando os policiais. É a mídia representando nosso lado hipócrita. Fica claro que possuímos um comportamento duplo em relação a isso: internamente, adoramos ver um mau elemento desses morrer. Mas externamente fingimos ser sensatos, controlados, politicamente corretos. Nesse papel externo, a mídia chega para cobrar investigações sobre o caso: quem matou o bandido? Ora. Pouco me importa quem matou o infeliz. Só sei que fez o bem pra muita gente. Mostrou que o crime não compensa e ainda impediu os futuros crimes que seriam provocados pelo assaltante. Mostrou pra bandidagem que é bom pensar duas, três, quatro vezes antes de planejar um crime.

Não é à toa que o filme Tropa de Elite fez e ainda faz sucesso. Diferentemente do filme Cidade de Deus, que mostra o ato criminoso sem conseqüências punitivas para seus praticantes (tornando-os "heróis" da história), o filme retrata o Batalhão de Operações Especiais, representantes da lei e da ordem, como verdadeiros heróis que encarnam o grito social pela justiça verdadeira. A justiça que não tem pena de bandido e que os trata da forma como eles realmente devem ser tratados: impiedosamente. Não tem como esconder. Não adianta. O povo exige justiça. E pensa em uníssono: "bandido bom é bandido morto".

5 comentários:

  1. Apoiadíssimo, Quando houve o furto (Vc ta sabendo, neh?) a princípio senti muita raiva daqueles delinquentes, gritei, xinguei, depois que eles levaram uma "sova" grande dos policiais foi me dando pena, não pq estavam apanhando (Mereciam, e muito!), mas pelas circuntancias que podem ter levado esses marginais a serem o que são hj. Acabei dando até lição de moral nos ladrões. O que causa indignação é saber que o marginalzinho de menor vai ser solto e com certeza voltará as ruas para roubar. Pior:eu ainda posso voltar a ser a vitima! Sei não, viu? Bjs!

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  2. Anônimo9:31 PM

    Eu não sei não Nestor.. claro que pode ser hipócrita mas e agora, vamos fazer o que? Exterminar todos os malditos que inventam de furtar e matar, se igualhar a eles, vai haver o holocausto do "bem" contra o "mal", porque atingimos esse grau de violência? porque chegou a esse ponto? Não acredito que eles nasceram mals, indemodiados e devem ser mortos, mas claro que sei que eles não vão se redimir e ir aos céus se juntar a Deus se perdoarmos. Mas não consigo ver essa morte como boa, não me contenta, não me alivia e claro que não resolveu. A solução está nas crianças que estão sendo criadas para o mesmo caminho, que vão parar lá! Porque não cuidamos delas, as deixamos em favelas, sob mals tratos dos pais, sem educação, criando uma concepção de vida bem diferente da que você teve, pode crer, andei "passeando" pela favela do tranquilin essa semana e tenho achado que existem mundos bem diferentes em mossoró, não que seja algo de determinismo, que o caminho deles será o crime, porque a pessoas dignas lá também, mas a concepção de vida é diferente. Enfim, esse caso foi aqui no meu quarteirão, poderia ter sido na minha casa, comigo. Fiquei assustada, revoltada, principalmente porque a maior merda que eu poderia fazer sobre isso: escrever um textinho no blog revoltado, tentar se acostumar, pois é uma coisa que vem junto com o densenvolvimento de mossoró. Minha vontade mesmo é de mudar essa porra, mas não se entregar a hipocrisia e eu acho que seu texto não foi transformador. =/

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  3. Camila, o capitalismo não vai acabar tão cedo.
    A educação no Brasil não vai melhorar tão cedo.
    Logo, os problemas vão continuar.

    Se os bandidos vão continuar matando gente inocente, o que fazer? Nada?
    Esperar que as coisas no Brasil melhorem?

    Se o Brasil não vai melhorar, e vamos continuar vivendo numa selva, então vamos adotar as leis da selva. Se os bandidos nos matam, por que não matar bandidos? Somos nós burros? idiotas?

    Sabemos que o melhor seria se no Brasil não existisse violência. Sabemos que isso não vai mudr tão cedo. Então: Lei do mais forte! É triste. Não é o ideal. Mas não somos burros. Queremos viver. Queremos sobreviver na selva. Agora vc entendeu.

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  4. Anônimo2:01 PM

    Não me rendo, Nestor. É inaceitável pra mim pensar assim, não peço por o fim imediato do capitalismo, nem para que espere que tudo se resolva. Mas que apenas enxergue de uma forma mais abrangente, seu texto e seu comentário não deixam de ser minimalistas e preconceituosos. O que peço é uma melhor análise, porque fiquei muito decepcionada com eles. Acho que você pode mais. Pensar diferente já é um começo.

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  5. Camila, você limitou-se a atacar meus argumentos com meros adjetivos (minimalista e preconceituoso). Mas acho que, no máximo, talvez ele seja discriminatório, mas com bons argumentos. Preconceito e discriminação são coisas diferentes.

    Acredito que a minha capacidade de analisar não tem nada a ver com escrever da forma como você quer ler. Eu escrevo que eu penso e pronto.

    Camila, você pode não acreditar, mas eu posso escrever algo completamente sensato e você discordar sem - no entanto - ter qualquer razão. Já pensou nisso? Mas não se preocupe. Acredito realmente que você pode fazer mais do que isso.

    Se você se decepcionou comigo, imagine a decepção que eu tive ao saber que você defende bandidos assassinos. Parece que o óbvio passou longe de você. É melhor você se encontrar, senão você pode acabar vivendo num mundo absurdo onde os bandidos nos matam como gado sem maiores consequências.

    Mãe: Meu Deus! Ele matou meu filho!!
    Camila: Calma, senhora. Deixe o assassino em paz. Ele é apenas um coitadinho, fruto de nosso sistema social falho!

    FALA SÉRIO!!!!!!!!!!!!!!!!!

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