quinta-feira, junho 05, 2008

Eu acho é pouco!!! - parte 2


Prossigo com a morte do bandido na delegacia de Mossoró. Percebi que é um assunto bem polêmico. Por isso, estou escrevendo aqui novamente para esclarecer alguns pontos do último texto desse blog.

O objetivo daquele texto foi mostrar que o povo está cansado da violência. O governo não dá conta da situação e, mesmo que alguns achem errado matar um assassino pelo fato de ele ser assassino, o povo não enxerga outra punição melhor para esse tipo de gente. Resumindo, a
população está ficando inerte perante o sistema social falho, que dá condições para essas pessoas agirem dessa forma, e ainda contarem com a proteção de suas vidas, garantidas pela lei.

Isso é obviamente injusto. O povo pensa, com toda razão: "Se o bandido mata e ainda escapa ileso, isso está errado. Deve ser corrigido". É por isso que existe pena de morte em alguns países. A lei do "olho por olho, dente por dente" não está tão ultrapassada assim. Pessoalmente, a considero uma das mais justas possíveis. Matou, tem que morrer. Roubou, tem que pagar. É simples.

Ao contrário do que alguns poderiam pensar, a discussão não entra no âmbito da luta de classes. Isso não cabe nesse caso: rico VS pobres. Não é assim que funciona essa questão. Todos sabemos que o fato de ser pobre não implica que o indivíduo seja criminoso. Nem o fato de ser rico faz o indivíduo um santo. Isso é tanto verdade que o próprio policial morto era, com certeza, pobre, e nem por isso tentava ser criminoso. Ao contrário: escolheu uma vida na qual o crime seria o alvo de sua coerção. Como explicamos o pobre tornar-se policial? Veja que coisa: o sistema falho fez o bandido e o policial, ambos pobres.

É claro que existem condições sociais que favorecem a existência do crime, mas a própria sociedade brasileira não está sabendo resolver esses problema. O que um cidadão que deseja viver em paz pode fazer? Votar em X no lugar de Y não adianta. As variáveis são inúmeras.

Se o Estado não consegue controlar isso, a população precisa tomar alguma atitude. O que ela faz? Revolta-se com a situação. Tenta proteger-se. Compra cercas elétricas, armas, seguranças. Quem não tem dinheiro, só pode reclamar. Veja, caro leitor, quem é pobre também reclama da situação da violência. Quem não tem muito o que fazer escreve, divulga sua opinião, mostra a situação e exige mudanças, mesmo que elas não ocorram. Tomara que tenha ficado mais claro.

3 comentários:

  1. Anônimo1:57 PM

    Primeiro: "mesmo que você ache errado matar um assassino pelo fato de ser assassino" eu não acho isso... não só isso e sim uma gama d fatores que estão atrelados a execução do crime, de ambos o crime e vc insiste em ignorar!

    Segundo:"É por isso que existe pena de morte em alguns países. A lei do "olho por
    olho, dente por dente" não está tão ultrapassada assim. Pessoalmente, a considero uma das mais justas possíveis." Essa lei paga pela mesma moeda mas não resolve, vá buscar os países em que a pena de morte resolveu a criminalidade, essa historia de tentar fazer medo ao criminoso por meio da violencia não adianta, e sim piora. Um metodo que pode fazer a criminalidade baixar como foi observado foi o aborto quando foi legalizado.

    E eu não fico só falando de classes sociais, karl marx, che guevara, o que eu faço é buscar uma conjuntura maior ao redor desse caso, e claro que esse fator não deixa de estar incluso. Já alertei que o fato de ser rico ou pobre não é um fator determinante, não há "bem" contra o "mal". Você fala que houve justiça, eu digo que não, digo sim que se pagou com a mesma moeda, mas minha noção de justiça não é apenas a da lei da "ação e reação" e sim quando a resolução trás algo de bom, a curto e a longo prazo, que não implique em mais vinganças e confrontos, mas sim uma busca de uma solução.

    O texto do blog melhorou muito em relação ao anterior mas ainda não fugiu do usual...
    Nós estamos cansados... morreremos cansados e fim de historia? E daí?

    Cansada estou eu de ler esses textos!!! =P

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  2. Primeiro: eu não vou abordar os fatores ou as condições que provocam a criminalidade. Isso aí é assunto já batido. Nem tem graça falar mais sobre isso. No fim das contas, vai acabar na falta de educação mesmo. Resumindo, é isso. Satisfeita?

    Segundo: A lei do olho por olho não acaba com a criminalidade. O objetivo nem é esse. Qualquer um sabe que as leis punitivas, como o código penal, não tem intenção de acabar com a criminalidade. Se tivesse, seria uma grande ingenuidade. A solução? Já disse: mais educação.

    Terceiro: Obrigado pelo elogio do texto, mas meu objetivo não é escrever conforme sua opinião. Outras pessoas gostaram muito do primeiro texto e continuo defendendo o teor dele, que é certamente o que provoca mais efeito emotivo e mostra de fato a situação na qual nos encontramos. O primeiro texto realmente representa um grito de ajuda para que as autoridades façam alguma coisa, mesmo que elas não façam nada.

    Na verdade, nem adiantaria eu escrever um livro sobre como implantar um sistema de educação milagroso para o Brasil, pois nenhuma autoridade a seguiria.

    Cansado estou eu de ver alguém decepcionar-me desse jeito: defender bandidos é foda! Por que vc não adota um pra você?

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  3. Anônimo5:55 PM

    Como a natureza é sábia! Em muitas epécies animais,a população acaba eliminando aquele indivíduo com alguma anomalia, ou por fatores de sobrevivência(a mãe o exclui por saber que o mesmo é fraco, não sobreviverá). A pena de morte é muito parecida, elimina os fracos. Os fracos de caratér.
    Não culpemos a educação,nem diferenças sociais. A maldade já nasce nessas pessoas.Quantos "filhinhos de papai" não estão envolvidos com o tráfico de drogas? Lembra do caso do índio Pataxó?
    A pena de morte serve exatamente pra isso, pra eliminar indivíduos fracos, que vivem apenas para fazer o mal. Faremos como a natureza e assim seremos sábios.

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