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Crédito: www.uol.com.br |
O que se percebe é uma minoria - a princípio majoritariamente composta de estudantes – que alega representar os desejos e anseios da maioria usuária de transporte público. Porém, é amplamente reconhecido que essa maioria, apesar de sempre reclamar quando os preços de quaisquer produtos ou serviços inflacionam, parece compreender (ou ao menos pensam compreender) as causas desses aumentos, as quais se encontrariam no complexo mundo do mercado. É comum observar grupos com ideais ditos revolucionários ou esquerdistas se autoproclamarem como defensores dessa maioria fraca, pobre e oprimida pelo sistema opressor, ainda que essa mesma maioria pobre não tenha feito qualquer tipo de pedido de socorro ou delegado poderes de representação para os integrantes desse movimento.
Em nome de uma espécie de justiça social, unem-se aos montes nas ruas por meio de comunicações no mais recente braço do capitalismo (a internet), para interromper as principais vias de trânsito das grandes cidades durante a hora do rush, justamente quando os milhares de trabalhadores da tal maioria necessitada, pobre e oprimida, estão tentando voltar para casa depois de um dia árduo de trabalho. Munidos de uma ilusória superioridade moral como argumento, queimam pneus, agridem policiais, destroem e depredam patrimônio público e privado. Tudo para baixar o preço da passagem.
Percebemos que tais ações sequer arranham as verdadeiras causas do aumento. O preço do tomate aumentou. O preço da farinha aumentou. O preço da gasolina aumentou. Se tudo aumentou, incluindo itens diretamente relacionados à manutenção do transporte público, é esperado que o mesmo acontecesse com as passagens de ônibus. É óbvio que não adianta gritar, queimar e quebrar ônibus. Se o preço de mercado de qualquer item não segue a lógica do grito e da violência, por que seria diferente com a passagens de ônibus? Não é assim que se controla a inflação.
Dessa forma, é plausível afirmar que a continuidade desses protestos, ao menos da forma como está, dificilmente vai gerar o efeito desejado pelos seus participantes. Tudo indica que insistir nisso vai piorar a imagem do movimento perante a população, a qual não parece satisfeita com os problemas e com a violência provocados pelos manifestantes. Além disso, pode-se criar a impressão de que, mais do que resolver o problema, os revoltosos estão mais é querendo aparecer na televisão.
Poww, muito bom o seu ponto de visto, e concordo com ele!
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