quarta-feira, janeiro 21, 2009

Esquerda, uma ameaça racista?

Hoje li um artigo do qual lembrei-me de uma antiga colega, que hoje trabalha num jornal aqui em Natal. É um texto de Caio Blinder e o título é "A esquerda e a crença na virtude dos oprimidos", no qual o autor exibe a natureza atual da esquerda. Segundo ele, o que restou da esquerda foi uma síndrome identificada por Bertrand Russell como a crença na virtude dos oprimidos: ser antiamericano e, por extensão, antiisraelense, é estar com os oprimidos, mesmo que esses “oprimidos” defendam abertamente a destruição do outro por motivos meramente religiosos fundamentais.

Esse texto me fez lembrar também da manifestação, pela paz, em solidariedade ao povo palestino, que houve em Natal, onde membros de partidos radicais de esquerda clamavam, em coro, pela morte de americanos e de israelenses. Não sei que tipo de paz é essa que esse movimento tanto deseja. Infelizmente, acredito que o caráter tenha sido o mesmo em todo o Brasil, em manifestações semelhantes.

Mas talvez o leitor esteja se perguntando por que essas coisas me lembraram da minha antiga colega. Talvez ela não saiba, mas é vítima dessa mesma síndrome e talvez de alguma outra doença ideológica, pois no caso dela o quadro piora com a falta de informação sobre os alvos de sua antipatia (para não dizer ódio): os judeus. Sim. Na cabeça dela, há uma informação absurda na qual os Estados Unidos são dominados pelos judeus. Pior: nos Estados Unidos os judeus são, inclusive, uma maioridade numérica na população! É triste saber que uma pessoa dessas ocupa um cargo na imprensa local. Em resumo, na cabeça dela essa confusão esquerdista e antiamericana desencadeou um preconceito anti-semita.

As pessoas tentam minimizar esses efeitos indesejáveis da esquerda. Após eu ter escrito sobre os sentimentos anti-semitas que informações distorcidas sobre o conflito em Gaza podem trazer, uma pessoa comentou no meu blog que “sentimentos anti-semitas, penso que não. Mas anti-sionistas, anti-nazistas e fascistas penso que sim”. Dessa forma, nega-se o racismo: “Não, não temos ódio contra judeus”. É claro que não posso generalizar e afirmar que todos os esquerdistas são racistas anti-semitas, mas que trata-se de um ambiente bem propício não podemos negar. A minha própria colega jornalista confessou, categoricamente, que um amigo seu é um anti-semita declarado. Segundo ele, Hitler deveria ter matado todos eles na Segunda Guerra Mundial. O que dizer para uma pessoa dessas? “É... pelo menos ele tentou”. Não há muito que conversar com uma mente desse nível.

Talvez eu esteja enganado, caro leitor. Mas acredito que os judeus não são acometidos de uma paranóia. Eles não possuem síndrome de perseguição. Talvez você não tenha nada contra judeus, mas, de onde menos se espera, encontramos alguém infectado com sentimentos de ódio, frutos de uma confusão ideológica somada à falta de informação, para não falar ignorância.

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