Ciência? Certamente não. Na revista eles não tentaram nem disfarçar. Deveriam
mudar o nome da revista, mas não.
Agora trato resumidamente de alguns temas da
edição que comprei:
a) Israel e os infiltrados do Sudão
Era a matéria de capa. A esquerda brasileira insiste em
criticar o governo de Israel, apesar de os israelenses não estarem nem aí pro
que eles acham, assim como os suecos ou os marroquinos. Grande contradição criticar Israel por
adotar medidas que evitam a chegada de africanos ilegais e refugiados vindos do
Sudão, ao passo que não dizem uma palavra sobre o que realmente ocorre no
Sudão. Imparcialidade? Onde?
No Sudão, tem uma guerra civil de mais de 40
anos, onde os muçulmanos que estão no poder decretaram guerra santa contra os
sudaneses cristãos e qualquer outro não-muçulmano. Observadores falam até de
genocídio e acusam de ser a pior crise humanitária do século XXI. Então, por
que criticar Israel, Revista Sociologia? Por que o mundo olha tanto para Israel e se esquece dos
verdadeiros problemas? O que diabos Israel tem a ver com o fato de o governo
islâmico do Sudão estar em guerra contra os cristãos?
Quem produziu esses refugiados não foi - nunca -
o "autoritarismo" israelense.
Resumindo, se não for por pura ignorância intelectual, quem escreveu essa
matéria, a Luciana Garcia de Oliveira, acadêmica da USP, é uma grande mau-caráter. Por ser de um grupo de estudos sobre o mundo muçulmano, gostaria de
saber por que, nessa mesma matéria, ela não falou nada sobre a guerra, provocada
pelo governo islâmico do Sudão, que de fato gerou o problema dos refugiados
que estão indo pra Israel. Ora, poderiam ir pra qualquer país. A culpa sempre
seria do governo sudanês. Mas não. A culpa é de Israel, que agora tem que dar emprego pros refugiados. Ora, eu quero um emprego e o Brasil não me dá. Porque Israel ia dar um emprego pros africanos? Muito sem noção esses "sociólogos".
b) Morte do Marxismo
Nada demais. Apenas mais uma tentativa (e como
insistem) em afirmar a eficácia do marxismo para explicar os problemas das
contradições provocadas pelo capitalismo, um de seus demônios (talvez o maior
deles). Concordo. Marx, como economista que era, desenvolveu uma análise muito
boa sobre o capitalismo. Mas, infelizmente, Marx não era um deus, apesar de
tentar ser profeta e muitos acreditarem nisso até hoje. Por isso, o que ele
escreveu (uma parte do que ele escreveu) tinha caráter científico.
No entanto, apresentar uma análise do capialismo
não habilita ninguém a prever o futuro e dizer que haverá uma revolução onde o
povo subirá ao poder e todos os homens serão iguais e será um paraíso (essa é a
outra parte que ele escreveu). Sinceramente, seria muito bom isso, mas é pura
ingenuidade. Isso aí ignora as bases da própria natureza humana. Os homens não
são iguais, por mais que alguns pseudointelectuais acreditem do contrário.
Socialismo é muito bom, mas só funcionaria em algumas espécies de formigas ou
cupins. Não. Nem com eles.
c) Nova
desigualdade entre os homens
Para mim foi muito forçado começar uma
argumentação citando um problema de Rousseau para criticar os avançoes da
bionanotecnologia. Vou citar a chamada aqui: "Dois séculos e meio se
passarem desde que Rousseau escreveu o seu célebre discurso, mas ainda
padecemos das mesmas e repugnantes mazelas: contrastes sociais, explorações do
humano, devastação ambiental, guerras e destruições."
Na verdade são as mesmas desigualdades. Sempre
haverá homens com mais recursos que outros. Sempre haverá homens mais inteligentes
que outros. Na verdade, as tais "explorações do humano" são feitas
por outros humanos. O mundo não é cor de rosa e politicamente correto. A
formação do ser humano na Terra exigiu de seu corpo e, principalmente, de seu
cérebro, adaptações que não surgiram necessariamente em um ambiente de
igualdade social. Havia perigos. A vida era curta e violenta. Havia riscos.
Fome e sede eram comuns.
Os grupos humanos que dominavam uma pequena
fonte de água numa região árida não deixaria - em nome do politicamente correto
- que outro grupo fosse lá e acabasse com água que os mantinham vivos na
região. Se o grupo não fosse bem preparado para defender sua fonte de água,
certamente eles morreriam de sede ou teriam que se arrircar e tentar encontrar
outro. Nunca fomos bonzinhos com quem não é do nosso grupo. O preconceito
existiu e foi muito útil em nossa jornada evolutiva. Por isso hoje existimos. É
de incrível ingenuidade tentar acabar com o preconceito na espécie humana. E é
um absurdo saber que existem milhares de pessoas tentando fazer isso. Sabem
quando vão conseguir? No mesmo dia que implantarem o socialismo ou quando a
vaca tossir. Não. Nem nem nesse dia.
Conclusão
Tenho que jogar a revista no lixo. Não. Vou queimar logo.
Conclusão
Tenho que jogar a revista no lixo. Não. Vou queimar logo.
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