Para justificar o mais novo decreto que amplia o toque de recolher contra a população do Rio Grande do Norte, a governadora usa, basicamente, três argumentos: a) o aumento do número de óbitos de covid no estado; b) a taxa de ocupação de leitos críticos encontrar-se acima de 90%; e c) a recomendação das autoridades sanitárias para diminuir aglomerações e fluxo de pessoas em espaços coletivos.
Isso seria louvável se o primeiro argumento não fosse falso; se o segundo fosse novidade e se a tal recomendação das autoridades sanitárias fosse uma recomendação verdadeiramente científica.
Na verdade, pelo menos aqui no RN, a média móvel de óbitos pelo vírus chinês está caindo. Segundo dados do Portal da Transparência, no final de janeiro, essa média era de 9 óbitos por dia. Hoje, a média móvel é de 3. Então, por que a governadora usa uma informação exatamente oposta à realidade para impor controle à população?
Fora isso, é muito fácil encontrar notícias bem alarmantes sobre a falta de leitos nos hospitais do Rio Grande do Norte em anos anteriores à epidemia de covid. Notícia de 2012: "Leitos de UTI são insuficientes no RN". Notícia de 2017: "Sem leitos, maior emergência do RN improvisa UTI e cria 'fila da morte'".
Você lembra-se de algum lockdown para impedir que as pessoas ficassem doentes? Houve restrição da circulação para, por exemplo, coibir acidentes automobilísticos e reduzir o impacto disso nos hospitais? Alguma política nesse sentido? Não, pois naquele tempo, o governo federal não repassou, emergencialmente, quase um trilhão de reais para os estados combaterem os problemas da saúde pública, como fez no último ano. Muita gente ganhou e ainda ganha dinheiro com a epidemia. Só em 2020, o governo do Rio Grande do Norte recebeu 18,3 bilhões de reais, entre valores diretos e indiretos.
A recomendação das autoridades sanitárias em restringir a circulação de pessoas parecem seguir mais o dinheiro do que a Ciência. Não precisa ser um César Lattes para perceber que as medidas restritivas só pioraram a situação, pois os países que mais endureceram essas medidas testemunharam o aumento de suas taxas de óbito. Na verdade, a experiência no mundo real (a verdadeira Ciência) indica que o lockdown matou mais pessoas onde foi mais rígido.
Um exemplo próximo é o caso da Argentina. Muitos entusiastas de um forte controle aplaudiram o presidente argentino pela atitude, mas isso não durou muito tempo. Durante um período, a Argentina ultrapassou o Brasil na taxa de óbitos (por milhão), a despeito dos aplausos e daquele lockdown, considerado por muitos como sendo o mais rígido da América Latina.
Alguém poderia contra-argumentar, afirmando que hoje, porém, o Brasil voltou a passar da Argentina (atualmente no 29º lugar do ranking mundial), encontrando-se no 25º. É verdade, mas quem eleva o Brasil nesse campeonato da morte é o estado de São Paulo, cujo governador, a exemplo da Argentina, tem imposto políticas severas de controle populacional, mas com resultados contrários à suposta intenção. Caso fosse um país, São Paulo estaria em 18º no ranking mundial de mortes por milhão. Sem ele, o Brasil, que hoje está em 25º, cairia para o 35º lugar.
Outro caso que ficou conhecido foi o da Bélgica, cujo controle era tão intenso que foram usados até mesmo drones de vigilância para impedir a circulação de pessoas. Apesar disso, a Bélgica já esteve em primeiro lugar no ranking mundial da morte e, hoje, ainda figura entre os quatro primeiros. O autoritarismo não funcionou. Portanto, diante desses dados reais, o que podemos afirmar é que as medidas restritivas são inúteis na redução de óbitos, apesar da tentativa patética de muitas autoridades classificarem tais políticas como sendo científicas. A palavra "Ciência" é usada para tentar transformar atitudes autoritárias numa verdade inquestionável. Magicamente, você também transforma-se num fascista genocida caso ouse questionar com base na realidade. Porém, sabemos que o questionamento é a natureza mais básica da Ciência, agora transformado num tipo de pecado. E agora? Quem são os verdadeiros negacionistas?
O que, de fato, salva vidas é o fortalecimento da saúde das pessoas. Atitudes simples e baratas: boa alimentação, luz solar, consumo de vitaminas e suplementos alimentares, práticas de exercícios físicos ao ar livre e tratamento preventivo e precoce, com cuidado especial aos mais vulneráveis.
A Índia, por exemplo, no lugar de adotar a ânsia mundial por vacinas, distribui para a população kits de tratamento precoce com hidroxicloroquina e ivermectina, ao custo de menos de 3 dólares por pessoa. Resultado: com uma população quatro vezes maior que a dos Estados Unidos, a Índia possui menos da metade das mortes relacionadas ao coronavírus, comprovando assim a eficácia do tratamento precoce à base desses medicamentos. Hoje, a Índia está no 117º lugar do ranking de óbitos por milhão, 99 posições abaixo do desastroso desempenho do estado de São Paulo. Em quem o rótulo de genocida adequa-se mais?
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