Ao ler "Origem", do Dan Brown, nos deparamos com a desenvoltura da conversa entre o personagem Robert Langdon e um programa de inteligência artificial chamado Winston. Essa conversa me fez lembrar dos meus 12 ou 13 anos, quando eu e meu irmão programamos uma simulação de conversa num computador para uma feira de ciências no colégio. O bate papo ocorria mais ou menos assim, enquanto o indivíduo respondia as perguntas digitando no teclado:
– Boa tarde. Qual o seu nome?
– Paulo.
– Prazer, Paulo. Meu nome é CP-500. Qual sua idade?
– 14
– Só 14 anos? Ainda é muito jovem! Aposto como gosta de video games. Gostaria de jogar um pouco?
E assim continuava a conversa. Nessa feira de ciências, alguns alunos e professores que experimentaram nosso projeto (por volta de 1992) tiveram a primeira experiência num chat virtual, conversando com uma máquina. Se, na época, a Internet ainda estava distante de nossa realidade, imagine os smartphones e o Whatsapp. No entanto, já era perfeitamente possível simular uma conversa ou uma consciência. Sim. Tudo não passa de uma simulação: cálculos e comparações que exibem mensagens e recebem informações do usuário para exibir mais mensagens, de forma a criar a sensação de estar conversando com uma pessoa de verdade.
Na obra de Dan Brown, Winston é um programa que fica preocupado, tem sentimentos de culpa e possui um bom senso de humor. Para leitores desavisados, parecerá que a humanidade está prestes a criar softwares com consciência própria. Não, não está. E, pelos meus cálculos, esse dia nunca chegará. Não importa a velocidade de processamento das máquinas, seu funcionamento básico continua o mesmo: um amontoado de zeros e uns sem nenhum espaço para emoções reais.
Cérebros positrônicos só existem na ficção de Issac Asimov e a consciência da Skynet nunca sairá do mundo do Exterminador do Futuro. Já a simulação de consciência… Essa sim é algo bem provável e que pode ser bem avançada. Basta que o programador consiga nos enganar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário