É muito comum observarmos o esforço de muitos jovens para adquirir um “carro legal” e um som “bem potente” para sair por aí exibindo-se. Para muitos, é o sonho de consumo de início da “vida adulta”. Tirando o fato de ser falta de educação fazer os outros ouvir o que não querem, e com o volume lá em cima, esse comportamento seria pelo menos interessante se, no lugar de saírem tocando qualquer música de funk ou de forró, colocassem alguma obra de qualidade como aquelas de Vilalobos, Vivaldi ou qualquer outra. Pelo menos MPB! Não me iludo. Sei que isso nunca vai acontecer. Sei que eles têm medo do que os outros podem pensar: “Nossa! Como ele é otário! Ouve música clássica!”.
Mesmo que o indivíduo goste de ouvir algumas músicas que não estão na moda, ele é obrigado a colocar - com o volume nas alturas - as “10 mais ouvidas do momento” por onde quer que passe. O jovem torna-se mais uma peça do mercado de automóveis, que tira-lhe a individualidade e o força a reproduzir uma atitude padronizada, que só enriquece as lojas de carro e as respectivas equipadoras.
É como eu digo: se eu não fosse tão crítico, seria rico. Quando em comprar um carrão e um som desses, vou colocar pra tocar, com o volume no máximo, um CD de Pavarotti.
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