Por Camila CarrilhoEssa frase esteve coerente nesse período de sua passagem pela América Latina e pelo Brasil. Mas não é de hoje que ouço essa expressão, faz mais de ano que a vejo estampada em vários muros de minha cidade. O curioso é que essa é do interior do Rio Grande do Norte, onde o próprio Bush não imaginaria sua existência.
Meu objetivo não é minimizar uma opinião, não me importa de onde ela venha, mas sim em que está fundamentada, e depois de ver as passeatas e manifestos contra o "todo poderoso" do mundo não pude ficar de boca fechada. Será que ficamos tão americanizados e estamos achando que ele é o nosso presidente? Ou porque ele virou um ícone pop às avessas e sendo "internacional", mereceu toda aquela atenção nas ruas de São Paulo? Afinal, o que ele nos fez de tão mal?
Pelo que sei, nem Bush, nem os Estados Unidos chegaram a nos afetar, não fomos colonizados, nem explorados (diretamente) por eles, até então. Poderia ser julgada de ser egoísta em relação aos danos que eles causam aos outros países, mas só alerto para o fato de que enquanto apontamos nossas "pedras" para Bush, esquecemos de olhar nossa situação e a do nosso país.
Aqui a criminalidade cresce, ônibus são queimados com gente dentro, presenciamos o caso do menino João Hélio, um inimaginável ato de crueldade, que me fez acreditar que algo iria ser feito, mas tudo foi apagado pela contagiante alegria do carnaval e depois nada mudou. Continuei a ver notícias de casos como os de balas perdidas. Num a vítima era uma menininha, novamente uma criança morrera.
Enquanto nos revoltamos contra um estrangeiro, os culpados por todo caos que vivemos, não só pela violência como os altos impostos e quase nenhum benefício público, ficam andando de jatinho, viajando, fazendo churrasco com o nosso dinheiro por bem debaixo dos nossos "narizes". E nós não fazemos nada. Resultado: Eles ficam dançando em homenagem à impunidade. Então nós temos moral para reclamar do Bush? Aposto que se ele soubesse dessa, ele daria boas risadas.