Recentemente tenho abandonado o mundo das notícias. Especialmente aquelas dos meios de comunicação de massa. Apesar de ser bacharel em jornalismo, já faz meses que não assisto um telejornal, nem acesso sites de notícias. Alguns poderiam supor que o fato de eu estar entrando num mestrado em uma área diferente da qual eu me formei seria o motivo. Não é só isso. Mesmo se fosse esse, já demonstraria a inutilidade das notícias dos meios de comunicação de massa diante de uma necessidade importante: estudar e desenvolver o intelecto. Talvez suporiam que devido ao fato de eu não ter escolhido trabalhar na área de jornalismo, eu estaria demonstrando um comportamento de despeito e revolta contra tudo o que os jornalistas produzem. Mas também não é isso. Pelo menos eu acho que não (depois, citando Pareto, falo disso). De qualquer forma, este artigo explica explica isso também.
O fato é que, realmente, devido ao meu tempo ter se ocupado com muita leitura e escrita de ordem acadêmica, aos poucos percebi que as notícias comumente divulgadas na TV e na Internet são quase sempre inúteis para meus objetivos atuais. Não tenho números exatos mas julgo que aproximadamente 90% das informações divulgadas na televisão como notícias encontram-se dentro do grupo no qual encontramos informações sobre política, catástrofes, crimes ou coisas sobre as quais eu não posso fazer nada para mudar; e, exatamente por isso, só servem para fomentar sentimentos de frustração, medo ou pânico, dependendo do conteúdo da informação. Por exemplo, notícias sobre crimes. O que fazer para resolver esse problema? O que eu, individualmente, posso fazer? Andar de branco na avenida segurando um cartaz de “paz agora”? Talvez seja uma atitude nobre fazer reivindicações, mas sabemos que ninguém está se preocupando em fazer algo, pessoalmente, sobre isso. “Deixem isso para a polícia. Já tenho problemas demais”, pensam todos, e não estão mentindo. E as falcatruas na política? Pra que servem os escândalos divulgados na mídia se o povo acaba elegendo os mesmos palhaços em cada eleição? E por aí vai.
Analisando isso, talvez não seja absurdo afirmar que o telejornal está no mesmo nível de distração doméstica que a telenovela. Não vejo outra explicação para que tantas pessoas o assistam. Da mesma forma que as mulheres comentam com as amigas a respeito do cotidiano fictício dessas novelas, os homens, no lugar disso, comentam os desastres, os assaltos, os joguetes políticos partidários etc. Da mesma forma que os noveleiros não podem fazer nada se o vilão da novela está prestes a manipular os mocinhos e atrapalhar seu romance, os que consomem informações dos telejornais também não podem fazer nada se os políticos continuam roubando, se os palestinos e israelenses não se entendem ou se dezenas de pessoas morreram num desastre no sul do país. Quem consome notícias as usa apenas como entretenimento. É um simples prato cheio de emoções que o indivíduo come para sua própria satisfação. Um prato que lhe dá a ilusão de que está participando dos assuntos da sociedade pelo simples fato de tomar conhecimento deles e comentá-los entre os colegas e amigos, mas na verdade é um mero observador impotente. Não passam de “noveleiros” da realidade montada pela mídia. São simples mentes produzidas pela mídia para consumir seus produtos e, ao mesmo tempo, anestesiadas para não enxergarem a verdadeira realidade da qual são vítimas.
Mas não serei hipócrita ao ponto de dizer que não assisto TV. Na verdade, no meu tempo livre, eu assisto muita TV, mas não telejornais. Eu procuro programas de comédia e, no máximo, documentários leves. Pra quê a preocupação que as notícias inúteis me trazem?
quarta-feira, dezembro 23, 2009
quarta-feira, setembro 02, 2009
Solaris
Acredito que boa parte dos estudos sobre inteligência extraterrestre é ridicularizada por não possuírem uma atitude sensata com o próprio objeto de estudo. Um exemplo sensato e intrigante de suposição sobre vida alienígena inteligente encontramos no filme Solaris, baseado na obra de mesmo nome do romancista e filósofo Stanislaw Lem. Ela trata da impossibilidade humana de interagir e compreender uma possível inteligência alienígena, abordando esse tema de forma bem mais sensata e verossímil do que aqueles filmes sobre Ets de características meramente humanas. Veja também os links:
http://en.wikipedia.org/wiki/Solaris_(novel)
http://en.wikipedia.org/wiki/Solaris_(2002_film)
http://en.wikipedia.org/wiki/Solaris_(novel)
http://en.wikipedia.org/wiki/Solaris_(2002_film)
sexta-feira, agosto 14, 2009
Do bispo Macedo e do egoísmo
Há filósofos que enxergam a humanidade como um agrupamento de criaturas de pensamento limitado e com raciocínio distorcido por instintos egoístas. A mídia confirma isso, nos mostrando que esse pensamento não se trata de mera ideologia e chega a representar um dos aspectos mais relevantes de nosso comportamento. No caso Edir Macedo observamos como um homem teve a sorte de ganhar dinheiro aproveitando-se da irracionalidade alheia e o azar de ser descoberto, posteriormente, vítima de seu próprio irracionalismo egoísta, da ânsia de possuir mais e mais poder. Sabemos que se aproveitar da idiotice humana não é privilégio das religiões. Encontramos esse comportamento em quaisquer campos onde reinam as emoções. E se as emoções estão em todo canto, podemos chegar à conclusão de que ainda estamos no escuro. Os tais filósofos teriam razão e não temos para onde correr, a não ser nos esconder por trás das ilusões que nos confortam. Sim. As mesmas que não nos permitem enxergar a realidade, se é que ela existe! Prendemo-nos às prenoções agradáveis. Aquelas mesmas que nos exibe ilusões como bondade, justiça, igualdade e coisas assim.
Edir Macedo apenas faz isso de uma forma lucrativa. Cria ilusões para as pessoas. Ou melhor, vende essas ilusões. Vende-lhes a ignorância e a felicidade. Um pacote agradável ao preço de um dízimo (pelo menos). Ele apenas usa o medo da morte e os tais instintos egoístas para saciar seus próprios instintos egoístas. Mas ele não está sozinho nessa empreitada. Estamos cercados por jogadores desse tipo. Somos um deles. Ficamos iludidos com a ilusão dos outros e assim, nessa interação inevitável, ficamos completamente cegos. Mas Macedo não é um super-homem e é igualmente vítima desse irracionalismo. Tanto que em sua ânsia de poder e dinheiro acabou entrando no campo perigoso da ilegalidade, caindo na armadilha de sua própria ambição, como muitos fazem.
Mas há uma esperança. Não para o Bispo, mas para a humanidade como um todo. Há quem acredite que se conseguimos enxergar, pelo menos, nossa limitação racional, podemos ultrapassá-la ou ao menos tentar isso. Poderíamos, assim, superar nosso irracionalismo?
Edir Macedo apenas faz isso de uma forma lucrativa. Cria ilusões para as pessoas. Ou melhor, vende essas ilusões. Vende-lhes a ignorância e a felicidade. Um pacote agradável ao preço de um dízimo (pelo menos). Ele apenas usa o medo da morte e os tais instintos egoístas para saciar seus próprios instintos egoístas. Mas ele não está sozinho nessa empreitada. Estamos cercados por jogadores desse tipo. Somos um deles. Ficamos iludidos com a ilusão dos outros e assim, nessa interação inevitável, ficamos completamente cegos. Mas Macedo não é um super-homem e é igualmente vítima desse irracionalismo. Tanto que em sua ânsia de poder e dinheiro acabou entrando no campo perigoso da ilegalidade, caindo na armadilha de sua própria ambição, como muitos fazem.
Mas há uma esperança. Não para o Bispo, mas para a humanidade como um todo. Há quem acredite que se conseguimos enxergar, pelo menos, nossa limitação racional, podemos ultrapassá-la ou ao menos tentar isso. Poderíamos, assim, superar nosso irracionalismo?
terça-feira, julho 28, 2009
A inveja e a formação de normas sociais opostas à educação
Ao notar um grande número de grupos que simplesmente desprezam o desenvolvimento intelectual como um caminho para a escalada social, comecei a questionar as causas disso. Afastando-se das questões sócio-econômicas, estou procurando saber se normas contrárias ao estudo são formadas com base na inveja em relação a outras pessoas que são consideradas estudiosas. Será que a inveja em relação um objeto pode chegar num nível em que um grupo forma um sentimento contrário ao objeto ou, no lugar disso, o mesmo grupo poderá criar normas para facilitar sua aquisição?
sexta-feira, julho 24, 2009
Palestinos de origem judaica
O caso de palestinos descendentes de judeus e que ocultam sua verdadeira origem e seus costumes, temendo a represálias.
segunda-feira, julho 13, 2009
O medo e o comportamento social
Recentemente, as obras lovecraftianas levantaram o meu interesse sobre o medo. Mas foi através do filme Gangues de Nova York, que minha amiga Nassary emprestou, que tive a idéia de estudá-lo do ponto de vista do comportamento social. Num trecho do filme, um dos personagens principais, o mais controlador e terrível fala que o medo que os outros tem dele é que o faz controlar toda a cidade de Nova York.
De certa forma, isso me remeteu às normas sociais e às sanções sofridas por quem as desobedeça. O medo está diretamente ligado às sanções. Quem não tem medo de uma sanção tem grandes chances de desobedecer a norma protegida por ela. Dessa forma, poderíamos reduzir tudo à seguinte metáfora: é como um pote de ouro protegido por um cachorro raivoso, onde o ouro é o objetivo racionalmente ou naturalmente preferível e o cachorro é a norma social que impede qualquer um de aproximar-se. Se ninguém tiver medo do cachorro, ninguém verá grandes dificuldades em enfrentar o cachorro e conseguir o pote.
Será possível que, se conseguirmos medir a intensidade do medo que as pessoas possuem de desobedecer certas normas, poderíamos prever o comportamento delas em relação a essas determinações da sociedade? Se sim, poderíamos facilmente prever aumentos na ocorrência de crimes ou uma mudança nas próprias normas sociais?
De certa forma, isso me remeteu às normas sociais e às sanções sofridas por quem as desobedeça. O medo está diretamente ligado às sanções. Quem não tem medo de uma sanção tem grandes chances de desobedecer a norma protegida por ela. Dessa forma, poderíamos reduzir tudo à seguinte metáfora: é como um pote de ouro protegido por um cachorro raivoso, onde o ouro é o objetivo racionalmente ou naturalmente preferível e o cachorro é a norma social que impede qualquer um de aproximar-se. Se ninguém tiver medo do cachorro, ninguém verá grandes dificuldades em enfrentar o cachorro e conseguir o pote.
Será possível que, se conseguirmos medir a intensidade do medo que as pessoas possuem de desobedecer certas normas, poderíamos prever o comportamento delas em relação a essas determinações da sociedade? Se sim, poderíamos facilmente prever aumentos na ocorrência de crimes ou uma mudança nas próprias normas sociais?
domingo, junho 07, 2009
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