Há filósofos que enxergam a humanidade como um agrupamento de criaturas de pensamento limitado e com raciocínio distorcido por instintos egoístas. A mídia confirma isso, nos mostrando que esse pensamento não se trata de mera ideologia e chega a representar um dos aspectos mais relevantes de nosso comportamento. No caso Edir Macedo observamos como um homem teve a sorte de ganhar dinheiro aproveitando-se da irracionalidade alheia e o azar de ser descoberto, posteriormente, vítima de seu próprio irracionalismo egoísta, da ânsia de possuir mais e mais poder. Sabemos que se aproveitar da idiotice humana não é privilégio das religiões. Encontramos esse comportamento em quaisquer campos onde reinam as emoções. E se as emoções estão em todo canto, podemos chegar à conclusão de que ainda estamos no escuro. Os tais filósofos teriam razão e não temos para onde correr, a não ser nos esconder por trás das ilusões que nos confortam. Sim. As mesmas que não nos permitem enxergar a realidade, se é que ela existe! Prendemo-nos às prenoções agradáveis. Aquelas mesmas que nos exibe ilusões como bondade, justiça, igualdade e coisas assim.
Edir Macedo apenas faz isso de uma forma lucrativa. Cria ilusões para as pessoas. Ou melhor, vende essas ilusões. Vende-lhes a ignorância e a felicidade. Um pacote agradável ao preço de um dízimo (pelo menos). Ele apenas usa o medo da morte e os tais instintos egoístas para saciar seus próprios instintos egoístas. Mas ele não está sozinho nessa empreitada. Estamos cercados por jogadores desse tipo. Somos um deles. Ficamos iludidos com a ilusão dos outros e assim, nessa interação inevitável, ficamos completamente cegos. Mas Macedo não é um super-homem e é igualmente vítima desse irracionalismo. Tanto que em sua ânsia de poder e dinheiro acabou entrando no campo perigoso da ilegalidade, caindo na armadilha de sua própria ambição, como muitos fazem.
Mas há uma esperança. Não para o Bispo, mas para a humanidade como um todo. Há quem acredite que se conseguimos enxergar, pelo menos, nossa limitação racional, podemos ultrapassá-la ou ao menos tentar isso. Poderíamos, assim, superar nosso irracionalismo?
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