Ultimamente os profissionais jornalistas do Rio Grande do Norte andam esquecendo da prática ética em suas publicações. O uso de imagens de cenas de crime é um recurso cada vez mais presente nas páginas de nossos jornais que estão devendo um pouco mais de qualidade para o leitor. Além de outros exemplos, o mais recente é a foto de um jovem morto à tiros ontem (23/01) em Mossoró, em frente à casa da namorada. Um dos jornais locais publicou essa imagem na primeira página, certamente como uma espécie de chamariz para o leitor comprá-lo. Na verdade, ao fazer isso, o jornalista responsável pelo fato causa tanto o choque numa boa parcela do público leitor quanto a reprovação entre seus colegas de classe. Isso ocorre principalmente devido ao fato de que o referido jornal não possuir, até então, uma política que o caracterizaria como sendo um jornal sensacionalista ou apelativo.
Alguns profissionais tentam isentar-se da responsabilidade por essa carência de ética, evocando a vontade popular, o desejo das massas, que seriam famintas pela visão de cenas violentas. “O povo gosta de ver sangue”, dizem. Outros sustentam a bandeira – erroneamente - da liberdade de informação, confundido-a com libertinagem de expressão. Dizem que a verdade tem que ser mostrada. Para eles, pouco importa o constrangimento e o desrespeito que a divulgação de uma foto dessas provoca para a família e para os amigos do indivíduo. Desconsideram o código de ética dos jornalistas brasileiros em seu artigo 13, que determina: “o jornalista deve evitar divulgação de fatos de caráter mórbido e contrário aos valores humanos”. Se não quer respeitar o código, respeite pelo menos a família da vítima.
quarta-feira, janeiro 24, 2007
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