A ciência social é incoveniente. Em alguns dos produtos cognitivos oriundos de seu uso, encontramos aspectos considerados desagradáveis para a maioria das pessoas que acreditam na existência do altruísmo puro.
O estudo da racionalidade humana e das preferências dos indivíduos nos indica que mesmo atos comumente considerados bondosos possuem uma base meramente egoísta, incluindo-se aí ações solidárias, doações e sacrifícios.
Está longe de ser unânime, mas podemos explicar atos assim através de necessidades psíquicas de auto-estima ou por proporcionarem o prazer de dar prazer aos outros. Exemplos: o sacrifício de um soldado, que dá sua vida pelo seu país, pode ser explicado pela recompensa simbólica de ser tido como um "verdadeiro herói" pela comunidade. Ou alguém que dá presentes aos pobres por imaginar que sua divindade lhe recompensará. Segundo Mary Douglas, essas explicações nem sempre funcionam e, por isso, ainda podemos vislumbrar a possibilidade da bondade humana.
No entando, a criminalidade e os desvios de conduta nas regiões mais pobres, em contraste à tranquilidade de regiões mais ricas apenas reforçam a crença no egoísmo humano latente como base de nossa racionalidade.
Porém, mesmo que essa idéia seja realmente verdade não devemos jogar tudo para cima e desistir da humanidade. Precisamos, apenas, reconhecer-nos socialmente egoístas e projetar comunidades de forma adequada. Reformular as já existentes de forma a construir sociedades melhores.
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